"There is Hope é o projeto criado pelo lendário líder do Pink Floyd, Roger Waters em 1989, quando o compositor francês Etiene Roda-Gil trouxe um libreto para a ópera inspirada na Revolução Francesa. O compositor queria usar músicas antigas de Waters, mas o músico ficou fascinado com a idéia e decidiu criar uma trilha própria para a obra." (Sinopse do CD duplo - mais detalhes, cliquem no título)
E o Quê Floydiano é perceptível até pra uma leiga como eu. O conflito entre as instituições e os costumes conservadores e a busca pela liberdade e respeito pelo indivíduo são o cerne. Por isso a Revolução Francesa cai como uma luva no estilo criativo de Walters. Sua assinatura é nítida em quase todos os elementos.
É feita menção a uma infância maculada pelas imposições autoritárias, tanto no campo pessoal (Marie Antoinette) quanto no político (Pardal - Revolucionário). Nesse momento que começam a se forjar o caráter de ambas personagens, bem como os caminhos que vão seguir em suas vidas. Tudo transcorre num palco giratório, com cenários tridimensionais que aos poucos se construíam e eram desmembrados bem em frente ao público. A iluminação que não somente buscava destacar as personagens mas também literalmente refletir os momentos-chave da história.
A trilha se desenvolve com a alternação de levadas em toque militar, outras com requintes sombrios e melancólicos, todas sempre com aquela nota ou acorde (bem, não sei o "termo técnico") que perdura entre os momentos críticos da música. E o coro está quase o tempo todo presente na peça, sempre grave e quase profético. Há destaque para o coro de crianças. As árias são mais delicadas e menos prolongadas do que se costuma ver. Mas nem por isso os solos se tornam menos importantes, em especial aos de Marie Antoinette e da figura mítica da Liberdade, Razão e República, magnificamente interpretada pela Carmen Monarcha, a paraense que é uma das melhores sopranos brasileiras atuais.
Mas, acima de tudo, estar presente nesse momento foi a realização de um dos grandes sonhos da minha mãe: ver o Roger Walters de perto. Eterna fã do Pink Floyd, foi lindo ver o brilho nos olhinhos dela depois que o viu. Pena que meu padrasto não sabe usar direito uma câmera digital.
*Ah, e o Porco também foi citado.
quinta-feira, abril 17, 2008
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3 comentários:
Realmente uma noite mágica. Bateu uma uma vontade de assistir. Será que rola um DVD?
Um abraço.
Putz! Que foda! Que master! Que maneiro! Será que vem pra BH?
EU QUERO IR!
mocinhaaaaaaaa!!!
me deram a miss�o de repassar um selo de qualidade de blogs, e como adoro o seu, ele foi um dos 5 que escolhi!! vai l� no meu blog, ele t� no meu �ltimo post!!!
=************
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